…  LONGA-VIDA BREVE  …

*Invólucro da civilização Antropocênica*

 

Estas peças representam animais expostos ao perigo da civilização e seus nocivos produtos. 

As embalagens também são consideradas produtos, pois têm um ciclo de vida próprio e seus impactos estão ligados à extração de matéria-prima, fabricação, transporte e destinação pós-consumo, em que se tornam um importante componente do lixo urbano. 

Sua matéria-prima um dia foi natureza pura extraída em excesso e de maneira agressiva, degradante, exclusivamente por seres humanos e para seres humanos.

 

Esta exploração e garimpo da matéria-prima (petróleo, madeira e minério-bauxita) degradam a biodiversidade desde o início -contaminando e secando rios, comendo a terra- , passando pela transformação química e industrial para virarem embalagens Longa-Vida (camadas de plástico-polietileno, papel e alumínio), infelizmente com muitos resíduos gerados no processo dessa transformação, que tem a finalidade de conservação e armazenamento do excesso ultrapasteurizado.

 

Essa embalagem perde a sua funcionalidade em pouquíssimo tempo e tem, na verdade, uma vida-breve, pois logo é descartada causando impactos ambientais avassaladores e a destruição de todo um ecossistema.

 

São um reflexo de uma sociedade capitalista, desconectada da natureza, que precisa consumir e armazenar, empilhar, guardar, lucrar…

 

Toneladas de caixinhas são descartadas em lixo comum, não são recicladas e nem reaproveitadas, transformando-se assim num venenoso e contaminador inimigo de toda a biodiversidade. Podem ser encontradas em diversos lugares como: aterros sanitários, oceanos, florestas e dentro da barriga de muitos animais.

 

Você dispensaria uma embalagem longa vida no lixo de papel, plástico ou alumínio?

Acredite, penas 3% desse material é reciclado mundialmente.

 

Esse trabalho é uma denúncia de impossibilidade de futuro